O mundo não passa de uma ilusão. Essa é uma frase que costumamos usar subjetivamente quando estamos desacreditados da vida e do mundo que nos cerca. Mas para os hinduístas e budistas é uma verdade concreta, e ela se chama “Maya”. Não se trata de uma mulher em si. Maya quer dizer miragem, ilusão e diz respeito ao mundo de aparência em que vivemos. É como se nossos olhos vissem o que estão aptos para ver, mas não significa que essa seja a verdade concreta.
Para quem leva a sério essa crença, a Terra, a natureza, a vida em si, tudo é uma ilusão. E podemos atingir a realidade a partir do momento em que abrirmos nossos olhos para a consciência divina, na busca pela evolução. É o “Samsara”, o ciclo de reencarnações necessárias para alcançarmos o Nirvana e assim, a verdadeira realidade divina.
Partindo para o lado mais científico, professores e acadêmicos renomados começam a teorizar a mesma ideia oriental, mas sem colocar Deus nesse caminho. Para eles a palavra certa é Simulação. Se você se lembrou do filme “Matrix”, acertou em cheio. É justamente por esse lado que a teoria se desenvolve.
Nick Bostrom, filósofo da Universidade de Oxford, foi o primeiro a sugerir a ideia de que vivemos em uma simulação, e a teoria levantada por ele ganhou o mesmo nome, a “Hipótese da Simulação”.
O que Nick propõe é que nós não estamos conscientes de nada disso, dessa realidade virtual. É como se o mundo tivesse sido criado por um computador, e nós os personagens, vivemos nesse jogo sem a menor noção do que se passa ao nosso redor.
Parece absurdo. Mas Nick é convincente. “Se você acredita que humanos podem criar um programa capaz de simular o Universo no futuro, então você tem que acreditar que existe uma simulação no Universo em que estamos vivendo”.
Lembra de quando você era uma criança e ficava se perguntando o que as pessoas estavam fazendo enquanto você não estava olhando? É como se elas só ganhassem vida a partir do momento em que elas aparecem diante de nós. Quando elas sumiam, elas também deixavam de existir.
“É como o filme ‘Matrix’,” Nick insiste, “exceto que ao invés de termos cérebros em tanques que são alimentados por sensores de um simulador, os próprios cérebros seriam também parte dessa simulação. Seria um grande programa de computador simulando tudo, incluindo os cérebros humanos e seus neurônios e sinapses.”
Se você pensa que Nick está sozinho nesta teoria, pense novamente. Jean Baudrillard, um renomado sociólogo francês também compactua do mesmo pensamento. Para ele, o mundo também não passa de uma simulação e tudo é feito de imagens, na realidade, o mundo para ele é inanimado.
Elon Musk, o fundador do Space X também apoia com a teoria. Para ele, “Há um por cento de chance de estarmos vivendo numa base real.”
A Ilusão de ótica é um ótimo exemplo para que a ciência está tentando explicar. Ficou um pouco tonto? Na realidade, está imagem está parada. Temos apenas a ilusão de que a imagem está se movendo, mas não passa de uma impressão do que os nossos olhos veem e como interpretam essa imagem para o cérebro.
Dependendo da linha do seu pensamento, portanto, você pode acreditar que o mundo seja um grande computador e tudo ao nosso redor não passa de um software. Ou, você também pode chamar isso de Maya, o mundo de aparências, criado por Deus para que possamos viver nesse plano até atingir um estado mais elevado ao lado dele.
Ou por outra: se um computador é capaz de conter toda a inteligência humana, concentrando todo o conhecimento do mundo e criando um mundo próprio, particular, o que chamamos de rede e é invisível, quem é capaz de afirmar que um outro computador, mais avançado e mais inteligente, não tenha nos criado da mesma maneira?
Talvez a vida seja mesmo um quadro surrealista pintado por Dalí. Ou um filme absurdo da cabeça de Luis Buñuel.
O cérebro dá um nó com essas teorias. Parece que estamos dando voltas em nós mesmos. Mas o que você pensa sobre tudo isso? O mundo é concreto ou subjetivo? Existe apenas esse mundo, esse plano ou o Universo é mesmo vasto e complexo e é possível que exista algo maior que controla tudo ao nosso redor? Não esqueça de deixar o seu comentário, seja ele científico, espiritualista, os dois ou ainda um pensamento diferente. O que importa é a discussão: o que vivemos é realidade ou ilusão?