Distração com tecnologia não é uma coisa nova. Quantas vezes você já ouviu falar de acidentes de carro envolvendo condutores que estavam digitando ou falando ao celular? Ou histórias de pessoas que perdem momentos importantes de sua vida por estarem vidrados na telinha do smartphone?
Recentemente, o Olhar Digital noticiou que tentativas de selfies em 2015 mataram mais que ataques de tubarão. Foram 12 mortes de turistas tentando tirar fotos inusitadas em locais arriscados contra 8 ataques fatais de tubarões em todo o mundo nesse ano.
Será que podemos culpar a tecnologia por esse tipo de incidente? Podemos afirmar que foi apenas azar dos turistas? Ou a história seria diferente se tivessem se exposto menos para registrar uma pose inusitada ou se fotografar em um cenário arriscado?
Antes de existir tecnologia para registrar praticamente tudo ao seu redor, o ser humano já assumia riscos em busca de emoção, como pular de paraquedas, praticar rapel, mergulhar em cachoeiras, escalar grandes alturas... Com o advento dos gadgets tecnológicos, registrar momentos empolgantes ficou mais fácil e acessível.
Só que colocar-se em situações de risco com a atenção voltada para um dispositivo que exige concentração para ser operado, muitas vezes na ânsia de ganhar mais likes no Instragram ou Facebook, é que torna mais perigosos passatempos que já tendem a ser arriscados.
A questão está sendo levada com tanta seriedade por alguns governos que, na Rússia, por exemplo, existem campanhas alertando populares que alguns tipos de fotos podem até custar a vida de quem se arrisca além da conta. E não é novo na internet movimentos que exaltam e incentivam selfies ousadas.
Preparamos uma lista de tipos de selfies que podem gerar acidentes ou até provocar a morte do aventureiro fotográfico. Se você costuma bater fotos em algumas das situações abaixo, fique ligado: pode estar correndo mais riscos de vida do que um surfista profissional que se arrisca no mar todos os dias, por exemplo.
Selfie nas alturas
Kirill Oreshkin é um jovem fotógrafo russo percursor das selfies em lugares altos, sem redes de proteção, cordas ou qualquer outro aparato de segurança. Oreshkin tem um perfil no Instagram repleto de fotos de tirar o fôlego.
Oreshkin também leva seus amigos para seus arriscados sets de fotografia e arrasta fãs no mundo todo que tentam imitar as proezas fotográficas, o que pode ter causado a morte de Xenia Ignatyev, que despencou de um arranha-céu na Russia ao tentar seguir os passos de Oreshkin.
Selfie em penhascos
Isabella Fracchiolla, de 16 anos, morreu após se desequilibrar e cair de um penhasco de 30 metros numa região litorânea da Itália, enquanto tentava registrar na selfie a altura em que estava. As imagens abaixo mostram o momento do resgate e a altura da queda:
Num caso mais recente, uma turista caiu de uma altura muito maior na Noruega. Kristi Kafcaloudis despencou de 700 metros após se desequilibrar tentando tirar uma selfie num penhasco conhecido como Trolltunga.
Essas histórias e outros acidentes mostram que a chance de se desequilibrar em grandes alturas, sem aparatos de proteção, prestando atenção no celular é grande.
Selfies com animais perigosos
Na Espanha, a moda de registrar selfies em meio a touradas precisou ser banida do país após vários casos de acidentes graves. O vídeo abaixo mostra o momento em que um participante é chifrado ao tentar tirar uma selfie em um desses eventos.
Reações de animais são sempre imprevisíveis, principalmente quando submetidos a situações de estresse – e virar as costas em situações assim pode não ser uma boa ideia.
Selfies em situações climáticas adversas
Eventos climáticos hostis para seres humanos também atraem populares que querem tirar selfies em meio a tempestades de areia, ressacas marítimas e até furacões, por exemplo. Geralmente nessa situação, regiões são evacuadas justamente para proteger cidadãos dos riscos oferecidos pela natureza.
Ficar exposto a situações assim só para registrar uma foto inusitada vai contra regras de segurança e, em alguns casos, até contra o instinto de sobrevivência. Na foto abaixo, homem enfrenta a ressaca do mar de Beirute, capital do Líbano.
Selfies dirigindo
O número de acidentes com vitimas fatais envolvendo selfie e direção também é digno de registro. E aqui o fato a ser analisado é a distração da motorista provocada pela ato de fotografar ou filmar dentro do carro. Em um caso grave, como a de Courtney Ann Sanford, que morreu aos 32 anos numa batida de carro. Seu acidente fatal pode ter sido provocado por uma selfie, registrada segundos antes da colisão.
Num outro acidente, o capotamento do veículo aparentemente foi provocado pela distração da motorista, que não estava fazendo a selfie, mas estava fazendo parte da brincadeira envolvendo o vídeo inusitado.
Selfies com trens e metrôs
Três jovens indianos foram atropelados no começo do ano enquanto tentavam tirar uma selfie arriscada no trilho do trêm. Yakub, Iqbal and Afzal calcularam mal a velocidade e foram atingidos pela locomotiva. Os três morreram.
Menos trágico e até cômico, um vídeo que bombou na internet no ano passado mostra um rapaz sendo atingido pelo maquinista ao tentar tirar uma foto muito próxima à via férrea. Embora o incidente tenha sido provocado pelo maquinista, o vídeo mostra o risco envolvido nesse tipo de foto.
Selfies com armas
Populares na Russia, que tem uma política mais frouxa relacionada ao porte de armas, fotos com revolveres, pistolas e fuzis já causaram alguns acidentes por lá. No começo do ano, uma jovem de 21 anos que não teve o nome revelado foi internada em estado grave após atirar contra a própria cabeça quando tentava tirar uma selfie. O jovem Oscar Aguilar cometeu o mesmo engano ao tentar uma foto com uma pistola 9mm, que era de uso pessoal. Oscar infelizmente não sobreviveu.